Em um país de proporções continentais como o Brasil – são mais de 8 milhões de km² –, a rica diversidade reflete-se não apenas em distintos ecossistemas, mas, sobretudo, nas pessoas, na cultura e na musicalidade em cinco diferentes regiões. Com uma população miscigenada, fruto do encontro dos costumes dos povos originários (indígenas), dos europeus e dos africanos trazidos durante a colonização, o resultado não poderia ser outro senão uma explosão de ritmos e sons que embalam o dia a dia do país. Nessa geografia de sons, histórias e tradições, alguns ritmos representam com maior identidade cada uma das regiões. 

Bumba Meu Boi, Carimbó e Lambada 

No Norte, por exemplo, a cultura dos africanos, mesclada com tradições indígenas e um toque de traços europeus, criou uma festa colorida e folclórica, representada pelo Bumba Meu Boi, festejado em toda a região amazônica. Já a alegre lambada, inspirada no carimbó e que se dança em pares, sacudiu toda a Europa no final dos anos 1980. 

Uma vez na Amazônia, parada obrigatória em Manaus é o Teatro Amazonas, onde, além de conhecer sua imponente construção de estilo arquitetônico renascentista eclético, é possível assistir espetáculos de ritmos populares, dança, música clássica e dramaturgia. Inaugurado em 1896, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional, pelo IPHAN, em 1966, e é considerado um dos principais espaços de valorização e difusão de manifestações culturais e artísticas da região. 

A poucos passos do teatro você pode se hospedar no charmoso Hotel Villa Amazônia. Trata-se de um casarão histórico remanescente dos tempos áureos da exploração da borracha que foi todo restaurado. Conta com 30 apartamentos, todos voltados para um incrível jardim interno com uma piscina de pedra natural.

Frevo, Zabumba, Sanfona e Axé

No Nordeste, quem resiste ao toque do frevo pernambucano e aos triângulos, zabumbas e sanfonas que ditam o ritmo envolvente do forró em todos os nove Estados da região?

O forró é uma das mais conhecidas expressões artísticas dessa ensolarada região. Foi criado em Pernambuco e, assim como ocorre em um processo migratório, espalhou-se para outros lugares, inclusive fora do Brasil. Diz a tradição que o nome vem da expressão “for all”, tendo origem nas festas promovidas por ingleses que trabalhavam na construção de estradas de ferro. O convite era para “todos” e, na pronúncia dos visitantes nordestinos. virou “forró”.

Ainda em Pernambuco, o frevo e o maracatu dominam a grande festa carnavalesca, com destaque para a cidade de Olinda, um dos mais importantes centros culturais do Brasil. Declarada, em 1982, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco, nesse município vizinho ao Recife a festa é garantida com os bonecos gigantes que circulam entre os inúmeros blocos de foliões.



Depois da festa, a dica é descobrir o litoral pernambucano e descansar no melhor resort da região, o Nannai Muro Alto. Rodeada de Mata Atlântica, com coqueiros e manguezais, a propriedade fica de frente para um mar protegido por arrecifes, formando uma piscina natural de águas mornas e cristalinas.

Na Bahia, o axé não é só um estilo de música, mas um estado de espírito. Geralmente, dizemos “muito axé para você”. Entre batuques e afoxés, a “ginga baiana” tem matriz africana e muitos significados de religiosidade, fé e luta. Blocos como Ilê Aiyê (1974), primeira formação afro a expressar por meio da música, dança e vestuário, a luta contra o racismo, e os Filhos de Gandhi, criado por estivadores em 1949 para manifestar a não violência e a paz. Dois exemplos de movimentos que enaltecem as raízes africanas da cultura nacional. 

Em Salvador, a dica de hospedagem é no renomado Fasano Salvador, instalado em um prédio histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) como Bem Cultural da Bahia e que abrigou, durante 45 anos, a primeira sede do jornal A Tarde. Localizado na Praça Castro Alves, no Centro Histórico de Salvador, possui vista inigualável para a Baía de Todos os Santos.

Bossa Nova, MPB (Música Popular Brasileira), Samba, Rock (Samba Rock), Funk ...

É do Sudeste que ecoam os acordes brasileiros mais conhecidos mundo afora: o samba, sinônimo de Carnaval e de Brasil em qualquer latitude do planeta, e a bossa nova, um dos movimentos mais influentes da música popular brasileira que se iniciou nos anos de 1940 e foi imortalizado pelas inúmeras canções de seu maior porta-voz, João Gilberto. 

Uma junção de baianos, paulistas e cariocas nos idos de 1968 foi um marco na cultura brasileira com o chamado movimento tropicalista, em que irreverência e ousadia com toques de guitarras, cabelos longos encaracolados e roupas escandalosamente coloridas traziam para o Brasil transformações não só na música, mas, também, na moral e no comportamento. Influenciada pela contracultura hippie, a música popular brasileira ganhou tons de rebeldia, paz e amor nas vozes de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Elis Regina, Tim Maia e Mutantes, entre outros. 

E ainda tem o funk carioca, que, com a voz e a presença performática de Anita no palco, conquistou as paradas do sucesso muito além das fronteiras do Brasil. 

Nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro não faltam opções de casas de espetáculos e shows. Duas metrópoles onde cultura, música, arte e dança ocorrem durante o ano todo. Em São Paulo, não faltam referências de luxuosas de hospedagem, como Fasano, Emiliano e Unique. No Rio de Janeiro, Fasano, Emiliano Rio, Copacabana Palace (selo Belmond Hotel), Fairmont Rio de Janeiro e, no boêmio bairro de Santa Teresa, o MGallery Santa Teresa.

A lista de ritmos, compositores e cantores brasileiros é extensa. Não se pretende aqui esgotar o assunto, mas, sim, despertar o desejo para “escutarem mais o Brasil”.

Para quem está planejando uma viagem ao Brasil, a Brazilian Luxury Travel Association, presente em todas as regiões do país com seus 55 hotéis e 5 operadoras, tem uma surpresa: uma playlist com o melhor da música brasileira. Basta ouvir e já começar a sentir os ares tropicais dando as boas-vindas.